Intuição nos negócios

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Para falar de intuição nos negócios, primeiro eu tenho que explicar o que eu entendo por intuição para vocês poderem acompanhar o meu raciocínio.

No meu ponto de vista, toda intuição nasce de uma ideia, de um pensamento que passa pela nossa cabeça. Num primeiro momento nós ficamos matutando sozinhos, depois externamos para outras pessoas sobre o que pretendemos fazer, em alguns casos essa coisa começa a dar certo, faz sucesso e nós nos damos bem, transformando um simples pensamento em uma ação vitoriosa.

Só que eu acho muito difícil recebermos a intuição de um negócio completo, quando muito conseguimos identificar alguns insights do que poderia dar certo ou não. Ou seja, você pode até ter uma ideia de um determinado negócio que queira efetuar, mas precisará se aprofundar numa pesquisa bem mais detalhada para comprovar se a ideia é viável ou não.

Por exemplo, quando eu ainda era presidente da Papirus, há 20 anos, eu via alguns produtos de plástico que me interessavam porque nós gerávamos muito plástico devido ao papel cartão vir plastificado e esse plástico, ao ser desagregado, ir direto para o lixão.

Eu comecei a observar, pensar e intuí que isso poderia ser um excelente negócio porque uma ocasião tinha visitado uma fábrica de painéis de plástico produzidos com insumos do lixo.  Esses painéis eram fabricados por uns padres do Vale do Paraíba; eles desmanchavam o plástico do lixo e depois criavam os painéis que serviam para fazer tapumes (substituindo a madeira aglomerada) e a fabricação desse material dava emprego aos drogados que eram tratados na igreja.

Eu observei bem como tudo era feito porque na minha fábrica tinha uma quantidade expressiva desse lixo de plástico que poderia se transformar em um negócio lucrativo.

Tempos depois, eu encontrei uma empresa que fazia algo parecido, só que de uma maneira diferente da que havia pesquisado com os padres, então alinhei com o proprietário e acabamos nos tornando sócios em um negócio que limpava o plástico, prensava e fazia telhas e placas para fazer tapumes.

Logo na sequência, nós transferimos essa atividade para a Papirus, eu convidei o meu filho Eduardo para participar da sociedade e o negócio seguiu em frente por alguns anos. Essa foi uma intuição que deu certo e atingiu o seu objetivo por um determinado ciclo e hoje em dia essa modalidade de negócio é desenvolvida por várias pessoas.

Por isso que eu digo e repito que intuição está sempre atrelada a uma ideia. Primeiro vem a ideia que depois precisa ser maturada e o teu feeling vai sinalizando se vai dar certo ou não.

Essa intuição pode ser treinada? Pode. Os empreendedores sabem muito bem do que estou falando, porque assim como eu, são pessoas que estão sempre pensando em coisas inovadoras e aprimorando a forma como implementam essas ideias.

Lá na Papirus, muitas coisas foram inventadas a partir de ideias minhas e estão lá até hoje e fora de lá eu montei vários outros negócios, a exemplo de uma oficina para atender motos Harley Davidson – sempre movido por minha intuição. (Eu conto essa história completa no meu livro!)

Então se você quiser ativar mais a sua intuição nos negócios terá que observar melhor as coisas ao seu redor, pesquisar bastante, juntar-se a quem já saiba algo sobre o que você estiver pensando para aumentar as possibilidades de escolher atividades com maiores chances de crescimento, com reais potenciais de despontarem nos seus segmentos de atuação com resultados surpreendentes.

Garanto que vai valer a pena!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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