Amizade entre pessoas de diferentes idades faz bem para as duas partes

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Sempre valorizei trocar ideias com pessoas mais velhas, mais experientes do que eu para me aprofundar em variados temas, desde mecânica para entender o funcionamento de motocicletas, carros, barcos, aviões até política, economia, filosofia, religiões e emoções para entender o lado humano de ser.

Aprender com a experiência de vida dos mais velhos sempre me fascinou e devo confessar que tirei aprendizados importantes que me acompanharam vida a fora, como valorizar a saúde e a vida, lutar com afinco pelo que quero, curtir ouvir e contar histórias, aceitar as diferenças de opinião, dicas valiosas sobre a educação dos meus filhos, convivência com os netos, investimentos e por aí vai. Poder ouvir narrativas das vivências dos mais velhos sempre foi um programa que teve prioridade na minha vida.

Sempre existe um jeitinho de se estabelecer laços de amizade ou profissionais entre pessoas com idades distanciadas pelo tempo e hoje, com a verdadeira avalanche de tecnologia que se espalhou no nosso dia a dia, esse pode ser um bom motivo para aproximar os jovens dos não tão jovens. Os mais velhos querem aprender mais sobre internet, redes sociais, aplicativos que fazem de tudo um pouco e os mais jovens querem saber mais sobre as experiências mais significativas vividas pelas gerações anteriores, detalhes de passagens históricas que só ouviram falar ou pesquisaram no Google, dicas para levar a vida com mais leveza.

Eu mesmo, que já estou com vários quilômetros rodados ao longo de uma jornada de 80 anos bem vividos, estou nessa! Vivo aprendendo com os mais jovens e gosto muito da troca de energia que acontece naturalmente entre pessoas de gerações distintas, pois expande a visão de mundo, nesses novos tempos que nos impõem atualização constante a cada minuto.

Essa possibilidade de troca, onde uma geração aprende com a outra é fascinante e os jovens ainda podem aprender a envelhecer com qualidade de vida, emoções alinhadas e mais paciência! Eu sempre fiz, continuo fazendo e recomendo essa interatividade entre faixas etárias diferentes e percebo que uma das habilidades que mais exercito e acabo inspirando as pessoas é a de saber ouvir, ter PACIÊNCIA para ouvir pessoas e resolver os problemas.

Através do desenvolvimento da paciência, entendemos que, na maioria das situações do dia a dia, não precisamos interpretar as coisas com tantas certezas, tomar decisões impulsivas só para mostrar poder ou interromper a fala de outra pessoa sem deixar que complete o pensamento dela só para afagar o nosso próprio ego. A vida não requer tantas urgências e com paciência tudo vai se encaixando em seus devidos lugares e se transformando no que precisa ser.

Outro ponto interessante a destacar ainda dentro desse tema é uma questão que a cada dia está mais presente nas empresas, principalmente na hora de contratar seus colaboradores: selecionar um funcionário com mais experiência ou um jovem recém-formado?

Eu entendo que o equilíbrio é sempre a melhor opção!

Combinar a experiência, a capacidade de fazer bons julgamentos e a sabedoria adquiridos durante anos de trabalho (elementos fundamentais para a solução de problemas complicados ou inesperados) e a juventude com potencial multidisciplinar dentro de uma empresa só contribui para que exista um equilíbrio saudável e o negócio siga prosperando com capacidade, atualização, inteligência, criatividade e pé no chão.

Eu transito muito bem em tribos de todas as idades, curto cada tempo e cada movimento vivenciado e posso garantir que esse é um dos meus segredinhos de longevidade e bem-estar emocional. Quem seguir, comprovará!

C-u-r-i-o-s-i-d-a-d-e  para todas as idades…

Segundo dados do IBGE, a população na faixa etária de 80 ou mais, vem crescendo exponencialmente no país nos últimos anos e continuará assim nos próximos.

Hoje, estima-se que sejam mais de 4 milhões. As projeções são de que, em 2050, esse número triplique, para 15 milhões.

“Cada um vivenciará o envelhecimento de uma maneira, com a interferência inevitável de aspectos como renda e acesso a serviços de saúde. Mas há particularidades dessa faixa etária […]

Ter um papel na sociedade, uma rede familiar, de amigos e comunidade também são fatores importantes, explica o médico, assim como manter-se aprendendo coisas novas: de como mexer em um smartphone a um novo ofício.

(Trechos de artigo de Ana Paula Blower, publicado no jornal O Globo, 18/02/2019, caderno “Sociedade”.)

Legenda da foto: Mário Foschi (70 anos); Behring (50 anos); Mário Zupo (73 anos) e Dante Ramenzoni (80 anos) 

 

 

 

 

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