Crítica não traz solução

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Desde os meus tempos de criança, sempre preferi estar cercado de pessoas mais velhas do que de pessoas da minha idade. (Hoje já está ficando difícil de isso acontecer, pois eu sou o mais velho das turmas que ando!)

Mas lá nos anos 40/50, todos os amigos do meu pai, de qualquer nacionalidade ou idade, eram muito críticos a tudo que acontecia no segmento industrial, principalmente na área automobilística. E meu pai, sempre atento e observador das falas dos amigos, certa vez respondeu:

_ Eu conheço vocês desde os tempos em que o bonde era puxado por dois burros e vocês só vivem criticando quem se esforça para criar algo mais inovador. Deveriam criticar menos e aplaudir quem lança algo novo, mais moderno. E outra coisa. Já que sabem tanto, por que não escrevem a solução lá para o Henry Ford em vez de ficar aqui no Brasil apenas criticando?

Ziro Ramenzoni

E não era só aos amigos que meu pai fazia esse tipo de questionamento, mas com toda e qualquer pessoa que só buscasse falhas nas criações da Ramenzoni Chapéus ou da Papirus, ele provocava pedindo que trouxessem novas soluções.

Não encontre um defeito, encontre uma solução.” Essa foi a frase de estimação do Henry Ford, um dos maiores empresários da história mundial e um dos principais responsáveis pela 2ª Revolução Industrial.

Além da eficiência, produtividade e resultado, Ford sempre valorizou a importância do reconhecimento do ser humano nas empresas. Ele pagava bem seus funcionários e procurava dar boas condições ambientais para o trabalho. Foi um dos primeiros a reconhecer que há uma inegável relação entre a satisfação dos funcionários e o resultado das empresas.

Para Ford, estimular as pessoas a encontrar soluções para os problemas que surgiam era de extrema importância. Ele detestava o “mimimi”, a lamentação e a prostração diante de um problema. Qualquer pessoa que tivesse ideias ou sugestões para melhorar processos ou resolver problemas deveria ser ouvida.

Eu aprendi a jogar no time do Ford com o meu pai, e dessa forma a minha percepção é que problema e solução andam lado a lado, ou seja, se há um problema, há também uma solução.

Comprovei na prática nesses mais de 70 anos de vida industrial que devemos ir lá na fonte, entender o que está acontecendo e nos colocarmos ao lado da solução e não do problema. Aprendi também a importância de valorizar quem contribui positivamente para a resolução de um problema ou que traz sugestões para evitar a sua recorrência.

E não pensem que é complicado agir dessa forma, qualquer pessoa pode aplicar a lição de Henry Ford em suas próprias vidas, e vou dizer algumas formas testadas por mim para ajudá-los nessa mudança de paradigma:

_ Em vez de se concentrar apenas em seguir as regras ou as diretrizes estabelecidas, procure se concentrar em encontrar soluções para os problemas que se apresentarem à sua frente. Isso pode envolver a experimentação, a tentativa e o erro, e a disposição para assumir riscos.

_ Procure estimular a sua criatividade, por que ela é fundamental para a solução de problemas. Todos nós precisamos aprender a pensar fora da caixa e considerar novas abordagens para resolver problemas.

_ É importante estar sempre procurando maneiras de melhorar os processos e produtos existentes.

_ Colabore com os seus pares. Trabalhar em equipe pode levar a soluções mais criativas e melhores. É importante estar aberto(a) a ouvir os outros e trabalhar juntos para encontrar soluções para os problemas.

E por último, mas não menos importante, seja perseverante. Solucionar problemas muitas vezes não é fácil e pode levar tempo. Mas é muito importante ser persistente e não desistir até encontrar uma solução viável.

É isso, meus caros leitores. Abraçar a resolução de problemas pode ser uma tarefa bem desafiadora, mas pode levar a uma vida mais satisfatória, bem-sucedida e transformar problemas em oportunidades para alcançar seus objetivos.

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